IDF Lança Nova Definição da Síndrome Metabólica
A International Diabetes Federation (IDF) lançou uma nova definição para Síndrome Metabólica.
A entidade espera que as especificações sejam aceites em todo o mundo, e acredita que o método adoptado represente uma acção preventiva mais agressiva, facilitando a deteccção precoce. Em recente entrevista à Medscape Medical News, o co-presidente da nova directriz, Prof. Sir George Alberti, que também é professor da Universidade de Newcastle (Reino Unido) e um dos ex-presidentes da IDF, falou sobre os principais pontos do documento e as expectativas quanto à aceitação das normas em todo o mundo. O Motivo da Nova Definição - Segundo o Prof. George Alberti, nos últimos seis anos surgiram diversas propostas para definir a Síndrome Metabólica que, além de não possuírem unanimidade dentro da classe médica, acabaram gerando confusão em termos práticos. Dessa forma, nunca houve entendimento de qual seria a melhor a seguir. Assim, a IDF percebeu a importância de encontrar uma nova definição e promoveu o projecto com a participação de especialistas em diabetes, cardiologia, saúde pública, epidemiologia, genética, metabolismo e nutrição de vários países. "Sentíamos que seria útil tentar produzir uma definição unificada, que facilite o seu uso em qualquer lugar do mundo, servindo como base para avançar nossos conhecimentos sobre Síndrome Metabólica", conclui.
Os Pontos-chave
Com relação às directrizes existentes, o Prof. Alberti diz que a nova definição é uma fusão das três últimas produzidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Grupo Europeu de Estudo sobre Resistência à Insulina (EGIR) e do Adult Treatment Panel III (ATP III). "É mais próxima do ATP III, que inclui as mesmas variáveis: obesidade central, triglicéridos, colesterol – HDL, hipertensão e hiperglicemia de jejum. Difere ao dizer que a obesidade central é um componente essencial. E a circunferência da cintura é fixada a um nível mais baixo que o apresentado pela ATP III", analisa. O especialista ressalta ainda que os prazos finais para pressão sanguínea, assim como a dos lipídos, são os mesmos da ATP III. Já a hiperglicemia em jejum é a mesma da estabelecida pela Associação Americana de Diabetes (ADA). Além disso, a hiperglicemia não é um componente obrigatório, o que afasta esta conclusão das adoptadas pela OMS e EGIR. Solicitado pela Medscape a falar sobre os principais pontos da nova directriz, o Prof. George Alberti resume os novos critérios para o diagnóstico. Eles incluem a obesidade central, definida como cintura igual ou maior que 94 cm para homens e 80 cm para mulheres na Europa, e alguns outros níveis com especificidade étnica para chineses, japoneses e sul-asiáticos. Conforme informou o especialista, a acumulação de triglicéridos fica, pelo menos, em 1.7 mmol/L ou 150 mg/dL; baixo colesterol - HDL, definido como menos de 1.04 mmol/L (40 mg/dL), em homens, e menos de 1.29 mmol/L (50 mg/dL), nas mulheres. Elevação da pressão sanguínea de pelo menos 130/85 mm Hg; e hiperglicemia em jejum, definida como glicose igual ou maior que 5.6 mmol/L (100mg/dL).
As Expectativas
De acordo com o Prof. Alberti, a nova definição envolve medidas que podem ser aplicadas facilmente em qualquer parte do mundo. Assim, ele espera que a aceitação seja bastante positiva, já que a implantação não acarreta nenhum tipo de dificuldade que não possa ser resolvida por qualquer país. "Nós sentimos que construímos uma ferramenta de fácil aplicação em todo o mundo [...]. As directrizes serão promovidas pela IDF, que é uma organização mundial, e esperamos que sejam reconhecidas brevemente pela OMS. Há dúvidas sobre a aceitação nos Estados Unidos, onde o ATP III está firmemente plantada. Porém, ele está sendo reconsiderado actualmente pela ADA. Estamos solicitando, também, que qualquer estudo fora dos EUA, que use o ATP III, também incorpore os novos critérios da IDF", observa. Segundo o especialista, há uma expectativa de que sejam realizados novos estudos com resultados longitudinais em âmbito mundial. "Nós também esperamos que tais estudos incorporem muitos dos factores novos que foram sugeridos como possíveis componentes da síndrome, como a proteína C-reactive, cytokines, adiponectin, etc.", finaliza.
Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes
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