Cerebro
No trabalho publicado na revista científica Nature, os investigadores estudaram o desenvolvimento de 307 crianças. Para os cientistas, é a dinâmica de maturação do córtex que faz a diferença: A velocidade a qual essa região ganha espessura e o grau de variação desse espessamento seriam os factores importantes para determinar o QI.
Dentro das crianças estudadas aos sete anos de idade, as mais inteligentes tinham um córtex menor do que as menos inteligentes. No entanto, à medida que as crianças cresciam e acabavam por apresentar um QI maior, o córtex ganhava espessura e atingia o pico do tamanho aos 12 anos.
No caso das crianças que apresentaram um QI menor, esse processo ocorreu de forma diferente: Aos sete anos já tinham um córtex maior e atingiam o pico do tamanho apenas um ano depois, aos oito.
Nos dois casos, com o passar do tempo e a entrada na adolescência, o córtex foi perdendo a espessura. Mas, mais uma vez, a velocidade em que isso ocorreu foi distinta: No caso das crianças mais inteligentes, a perda de espessura ocorreu lentamente, em comparação com as de menor QI.
Em todas as crianças o tamanho máximo do córtex não apresentou grandes alterações (embora o pico tenha ocorrido em idades diferentes) nem pôde ser directamente relacionado ao QI.
Os cientistas acreditam que o desenvolvimento lento do córtex nas crianças mais inteligentes possivelmente dá mais tempo ao cérebro para criar conexões neuronais complexas. A perda mais lenta da espessura do córtex nessas crianças seria explicada pelo facto de o cérebro utilizar mais conexões. Nas crianças com QI mais baixo, o cérebro teria menos tempo para criar as conexões complexas e, desse modo, utilizaria menos “espaço” no córtex. A falta de utilização desse “espaço” explicaria por que nessas crianças o córtex diminui de tamanho com maior velocidade.
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